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Os Estados de Consciência do Eu Superior – do ser Turista ao ser Filósofo

 

por Gran

 

Um dia em nossas vidas – vamos todos os verões de férias para a praia. Noutro dia de nossas vidas – decidimos surfar no Mar, então compramos uma prancha. Em outra fase de nossas vidas, colocamos a prancha de lado e vamos mergulhar nas ondas. E, depois – já não nos é mais suficiente isso – E, então, vamos mais e mais fundo, para dentro do silencioso Oceano e nos tornamos um com ele, nos perdemos em suas profundezas, nos “atordoamos” com o seu silêncio.

E, um belo dia, depois dessa identificação e união ter alcançado um grau suficiente – retornamos para a superfície e voltamos para nossa vida diária – terminaram as férias.

Mas nunca mais seremos os mesmos – podemos agora voltar - voltar para a vida, para nossas atividades , mas levamos o Oceano conosco – somos um Oceano caminhando, ou seja, o Filósofo/Filósofa.

 

***

 

No primeiro estágio – somos como turistas na vida – vamos para a praia caminhar na areia e nos distraimos com o que passa em torno de nós, mas não temos intenção, nem idéia alguma de nos relacionar com o Oceano.

No segundo momento – o Oceano já nos chama – já nos atrai, queremos esta intimidade com ele – nos despertamos para essa ideia. Assim, compramos uma prancha – MEDITAÇÃO – para nos aproximarmos dele, esta é nosso suporte, nosso yoga.

Assim sendo, desfrutamos muito dessa prancha – dessa fase – e começamos a “saborear” as delícias de nos perdermos nessa sublime energia das ondas, que nos eleva – e nos faz ter experiências místicas de união com a Natureza e nosso interior.

Então, decidimos experimentar sem a prancha – e, percebemos, que um dia as ondas estão calmas, mas noutro dia, estão agitadas. Então, não conseguimos manter nosso estado elevado de Paz. 

Portanto, decidimos mergulhar mais profundo, mais e mais profundo. E, a medida que o fazemos, percebemos que há uma outra Realidade abaixo das ondas, abaixo da superfície – uma Realidade muito rica e um silêncio muito profundo e misterioso.

E, ao sairmos de lá, e quando voltamos à superfície e nos encontramos novamente com os demais, percebemos que não somos mais os mesmos – parte de nós mantem aquele silêncio, parte de nós já não volta mais à superfície, mas fica lá, mergulhada naquela profundeza silenciosa.

Então, decidimos voltar para lá, para a praia - agora, não só nas férias. Mas, com frequência…

E, um belo dia, percebemos que o Oceano veio conosco para a cidade – para Nossa vida diária. Este silêncio permeia nossas atividade, nossa mente. E, já não necessitamos ir lá – não há um “ir lá”- tudo é UM – somos um com “isso”.

E, “isso”somos nós.

Nos tornamos os Filósofos/ Filósofas. E, vivendo neste mundo, sem ser deste mundo, caminhamos.  E, neste caminhar vamos transformando àqueles que estão abertos à Graça.

Nos tornamos um Instrumento do Divino.

E, depois de Abençoados, Abençoar!

 

***

 

Bem, vamos ver de outro ponto de vista.

-Você era separado do Oceano? Do profundo?

-Não

Mas, para retornarmos a esta consciência perdida, de que somos UM – é necessário – então, seguir esses passos de aproximação:

  • Ir de férias até o Mar;
  • Caminhar na praia;
  • Usar a prancha de surf;
  • Mergulhar nas ondas;
  • Ir para o mais profundo do Oceano;
  • Nadar lá no mais profundo;
  • Retornar para a vida diária;
  • Regressar à praia, tantas vezes que forem necessárias;
  • Trazer o Oceano conisgo;
  • Ser o Oceano.

O que irá acontecer?
Você irá se transformar pouco a pouco…

O que irá acontecer com o ambiente ao seu redor e com seu ego?
As pessoas vão achar que você está estranho/a e vão perguntar ou reclamar que você não é mais o mesmo/a.

Você, por sua vez, sentirá que não quer mais fazer o mesmo que fazia antes, que não deseja mais fazer da mesma maneira. O ego, acostumado a uma rotina diária – vai querer que você continue assim. E, sua tendência será sair do Oceano profundo, voltar para casa e “se esquecer”da paz que lá viveu – como se fosse, somente, algo do verão, das férias.

Este é o primeiro ENGANO, pois o que você vivenciou lá é o que você é e sempre foi – você recuperou a memória perdida.

Então, o primeiro passo é não deixar essa experiência ser somente “uma memória das férias”. Mas fazer ela ser incorporada na sua vida diária.

Este primeiro momento exigirá  certa atenção e esforço – mas a continuação – vai se tornando um hábito, como era aquele hábito antigo, antigamente.

Lembre-se que tudo é ritmo na vida – o sol se levanta todos os dias e o crepúsculo toda a noite.

Assim sendo, quando você observar que a “rotina antiga”está querendo levar você para o controle automatic – pare, volte-se para si, para dentro – nem que seja por um minute – sente-se, reviva o silêncio do Oceano.

Com essa prática diária – o que poderia se tornar “uma memoria agradável das férias”- vai se tornar sua vida – E, desta vez – sua vida real, porque esta é sua verdadeira vida – a do Eu Superior.

Ou seja – existência, conhecimento/percepção e beatitude! (sat, sit, ananda)